Space… the Final Frontier

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Desde muito pequeno sempre admirei a vastidão e a profundidade do cosmos e ao mesmo tempo que me sentia apequenado me sentia também invadido por um sentimento de grandiosidade ao contemplar o céu estrelado. Exatamente o mesmo sentimento me assombra de novo ao constatar que na imensidão do cosmos consigo vislumbrar paradoxalmente a completa insignificância e ausência de sentido da vida humana e ao mesmo tempo o destino manifesto da nossa civilização. Mesmo no nosso mais alto grau de desenvolvimento não fazemos a menor diferença do ponto de vista de uma escala galáctica, que dirá cósmica. No entanto, dada a taxa atual de desenvolvimento tecnológico é uma conseqüência inevitável a colonização do espaço, o aparecimento de entidades super inteligentes e um entendimento mais profundo da natureza do nosso universo. Usando-se sondas de von Neumann estima-se que após os primeiros passos em direção a colonização da galáxia serem dados, essa tarefa se completara em algumas centenas de milhares de anos .

Bostrom argumenta que mesmo com o atual poder computacional se a tecnologia para o uploading for desenvolvida todos os recursos disponíveis apenas no nosso aglomerado local seriam suficientes para sustentar 10²³ seres humanos, ele calcula que a cada segundo de atraso na colonização espacial desperdiçamos 100.000.000.000.000 de vidas em potencial. Se formos descuidados com relação aos perigos de extinção podemos ser eliminados da face da terra e com isso a colonização da galáxia por vida inteligente sofreria no mínimo um grande atraso com uma perda de vidas em potencial incomensurável. Por isso o futuro da humanidade me preocupa mais do que qualquer outra coisa, os valores em jogo são altíssimos. Se eu achasse que a raça humana estivesse fadada a continuar no atual estado de desenvolvimento para sempre eu não iria  me preocupar tanto com a questão. No entanto eu sei que o tempo em que os seres humanos vão desempenhar um papel chave no que vai acontecer com o nosso planeta e no mínimo com a galáxia se aproxima, se raça humana desperdiçar esse momento todo um futuro cheio de possibilidades inimagináveis é destruído. A colonização da galáxia, entes super inteligentes, uma consciência e um entendimento muito mais profundos do universo e um bem estar e uma felicidade muito maior podem estar nos aguardando nos próximos séculos, bem como pode estar nos aguardado a total destruição, e qual porta nós iremos abrir depende das nossas ações agora. Ou a raça humana vai transcender a sua insignificância cósmica e a sua chama vai brilhar pelo universo e a galáxia será adornada com os ramos, as flores e os frutos do que agora é somente semente ou nós seremos completamente eliminados da face da terra e toda a nossa existência será vã. Quando se sabe que a primeira possibilidade é real, saber que a segunda também o é, é aterrorizante.

A questão do significado da vida e do nosso papel do cosmos pode ganhar uma resposta caso tomemos as ações certas em direção a singularidade e à conquista do espaço, caso contrario a vida se torna sem significado algum e nosso papel no cosmos é totalmente irrelevante. Quando olho para o céu estrelado imagino grandes civilizações realizando viagens interplanetárias, computadores do tamanho de planetas simulando bilhares de bilhares de civilizações infinitamente mais avançadas que a nossas, diante de toda a frieza e a imponência do cosmos consigo vislumbrar ele preenchido de vida, de diversidade e de sentido. Pensar que todo esse futuro possível pode desaparecer diante de nossos olhos somente por descuido é desolador. De fato estamos boldly going where no man has gone before, que a nossa jornada não acabe de maneira abrupta nas mãos de estúpidas e incontroláveis nano maquinas.

Termino com a descrição de apoteose dada por Yudkowsky:

“The Singularity holds out the possibility of winning the Grand Prize, the true Utopia, the best-of-all-possible-worlds – not just freedom from pain and stress or a sterile round of endless physical pleasures, but the prospect of endless growth for every human being – growth in mind, in intelligence, in strength of personality; life without bound, without end; experiencing everything we’ve dreamed of experiencing, becoming everything we’ve ever dreamed of being; not for a billion years, or ten-to-the-billionth years, but forever… or perhaps embarking together on some still greater adventure of which we cannot even conceive.  That’s the Apotheosis.

If any utopia, any destiny, any happy ending is possible for the human species, it lies in the Singularity.

There is no evil I have to accept because “there’s nothing I can do about it”.  There is no abused child, no oppressed peasant, no starving beggar, no crack-addicted infant, nocancer patient, literally no one that I cannot look squarely in the eye.  I’m working to save everybody, heal the planet, solve all the problems of the world.”